quarta-feira, 24 de março de 2010

Folksonomia: Um conceito emergente e em evolução

Uma quantidade ilimitada de informações é inserida na web, rede onde há grande capacidade de armazenamento de dados. Para facilitar as buscas, algumas ferramentas podem facilitar na recuperação de informações, como a utilização de Folksonomias.

Após o desenvolvimento da WWW, proporcionada por Tim Berners Lee, idealizador da rede, a web tornou-se um meio eficaz para disseminação de informação. Em controvérsia, essa evolução trouxe uma enorme quantidade de conteúdo desorganizado. Com as dificuldades para a recuperação de informações, é importante que haja ferramentas de busca eficazes.

Com a evolução da web, também surge uma forte característica de interatividade e colaboração por parte dos usuários, ainda mais durante a “Web 2.0”, termo criado por Tim O’Reilly. Essa é a segunda fase de produtos e serviços desenvolvidos na rede, caracterizada pelo maior aproveitamento da inteligência coletiva e interação dos usuários.

Na Web 2.0, novas tecnologias são utilizadas, tais como wiki, blogs, Really Simple Syndication (RSS) e as Folksonomias, que objetivam o compartilhamento de informações de forma interativa entre os usuários. Folksonomia, termo criado em 2004 por Thomas Vander Wal, é um neologismo: junção de folks (povo, pessoas) e “taxonomia”, o que designaria uma “classificação popular”.

De acordo com Catarino e Baptista (2007), a folksonomia é “o resultado da livre atribuição de etiquetas às informações dos recursos na Web, em um ambiente social, compartilhado e aberto a outros, pelos próprios usuários da informação, visando a sua recuperação.” A classificação de conteúdos acontece através de palavras-chave, ou tags, que também as compartilham com outros usuários do sistema.

Tal processo é proveniente de uma descentralização da forma de organizar e recuperar informações, em um ambiente aberto de compartilhamento e construção conjunta. Segundo Faria e Girardi (2002), na Web Semântica, há uma estrutura e significado introduzidos nos recursos na Web, o que resulta em uma evolução na rede de dados e informações com significados bem definidos. Assim, tais informações serão interpretadas e processadas por máquinas e pessoas.

Alguns autores afirmam, assim como Wal, que a folksonomia é um processo, mas outros a conceituam como uma metodologia. De modo geral, os autores interpretam que a folksonomia não é apenas uma lista de termos, mas está em um contexto mais amplo de abordagem, em um sistema de classificação ou gestão de etiquetas.

Para O’Reilly, a folksonomia deixa o mercado para que os consumidores não se prendam a padrões. Existe um fluxo de opiniões sobre pessoas, ideias e produtos. Assim, é uma pretensão equivocada querer controlar esse fluxo. O usuário passa a ter plena autonomia para expressar ideias e organizar posts, links e informações como achar melhor.

O conhecimento tácito se torna visível e é possível exteriorizar estruturas mentais. Nas buscas, são consideradas as relações entre informação e classificação entre links e tags, se há relevância e quais palavras-chave são mais buscadas.

Entre os sites internacionais mais conhecidos que aderiram à folksonomia, estão: Del.icio.us, Flickr, Slashdot, youtube, Technorati, Last FM, Zoomcloud etc. E outros nacionais: Fiat 30 anos, UOL Blog, Converse, Over mundo etc.

Há algumas desvantagens com o uso da folksonomia, como tags ambíguas e inexatas; falta de controle de vocabulário resultante da liberdade de etiquetagem; a falta de regras e determinação, por exemplo, para os termos serem no singular ou plural, simples ou compostos. Tais aspectos podem dificultar na recuperação de informações.

No entanto, a folksonomia proporciona algumas vantagens, tais como: maior participação e interatividade por parte dos; formação de comunidades; produção de inteligência coletiva; melhores resultados e precisões nas buscas devido à relação entre tags; utilização em sites diversos para fins pessoais e profissionais, como em filtragens de spams, ferramentas de pesquisa acadêmica, bibliotecas virtuais e outros fins.

A folksonomia trouxe transformações sociais e uma quebra de paradigma. O processo de busca não é hierarquizado ou limitado a um grupo de especialistas, mas passa a levar em consideração aspectos culturais e as próprias características pessoas e intelectuais dos usuários, que se aproximam em torno de interesses comuns.

A folksonomia é um conceito emergente e sujeito à evolução, haja vista a necessidade de aperfeiçoamento quanto à recuperação das informações. É um novo desafio para os profissionais de informação e está mudando a forma de trabalho em organizações que a utilizam. É importante enfatizar que a folksonomia não de ser utilizada de forma indiscriminada, mas é necessário analisar o tipo de informação e contexto a ser aplicado. É um conceito ainda considerado novo por muitas empresas que a desconsideram.

Com as mudanças na produção do conhecimento e organização da informação, estudantes e profissionais dessas áreas precisam se atualizar às novas tendências e fazerem uso de ferramentas que auxiliem na organização e busca de informações. Como forma eficaz, a folksonomia pode ser adaptada e aperfeiçoada, já que está sujeita à evolução em atributos técnicos, o que pode melhorar seu uso e contribuir nesse processo de produção de conhecimento.

Referências Bibliográficas:

http://dgz.org.br/jun07/Art_04.htm


http://revolucao.etc.br/archives/folksonomia-e-a-maneira-com-que-nos-colocamos-ordem-nas-coisas/

http://www.arteccom.com.br/webdesign/downloads/31/1.pdf

http://inf.unisul.br/~ines/workcomp/cd/pdfs/2875.pdf

http://web2.0br.com.br/conceito-web20/

http://valongueiro.blogspot.com/2006/10/sobre-folksonomia-tags-e-afins.html

http://webinsider.uol.com.br/2007/01/12/tags-e-folksonomia-as-pessoas-organizam-a-informacao/

http://www.unirio.br/cch/eb/enebd/Comunicacao_Oral/eixo3/folksonomia.pdf

http://www.terraforum.com.br/biblioteca/Documents/artigo-david-gledson.pdf