quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Representantes da sociedade civil planejam manifestações pela preservação do Parque Ecológico do Guará

Córrego que corta o Parque Ezechias Heringer


No dia 19 de junho houve uma reunião no Centro de Ensino Fundamental nº 01 do Guará, em que associações, ONGs, conselhos comunitários, sindicatos e moradores discutiram formas de preservarem o Parque Ezechias Henriger, popularmente conhecido como “Parque Ecológico do Guará”. A partir dessa data, esses grupos estão se reunindo para buscarem formas de lutar pela conservação do parque.

Segundo o presidente da Federação das Organizações Comunitárias, Gonzaga Negreiros, a integração das entidades ao movimento pelo parque é uma conquista importante para buscar recursos durante a mobilização. “Nós, comunidade e federação comunitária, estamos na luta para somar juntas as nossas forças e poder buscar meios, recursos e mobilização em prol da defesa do parque e da criação do parque da cidade do Guará”.

O vice-presidente da Sapeg, Sociedade dos Amigos do Parque Ecológico do Guará, Antônio Gutemberg de Souza, fala sobre a luta da organização pela implantação do parque. “A gente começou essa luta em prol da implantação do parque antes de 1995. Em meados de 1990 e 1992, existiam grupos no Guará lutando pela implantação do parque”.

Antonio Gutemberg fala sobre a questão da invasão de chacareiros e denuncia os atentados sofridos pelos defensores do parque em 1996. “Para coibir esse movimento, os pseudo-chacareiros agrediam, fechavam o parque, diziam que era uma chácara deles. Chegaram ao cúmulo de, percebendo que consequentemente esse movimento estava crescendo muito, foram mais radicais e atentaram contra a vida de pessoas”.

Segundo Antônio, a defesa do movimento se intensificou após 16 de junho, quando a Câmara Legislativa do DF derrubou o veto do governo ao artigo 285 do PDOT, o Plano Diretor de Ordenamento Territorial, que transforma a área do Parque Ecológico em parcelamento rural.

“Eu entendo que essa iniciativa da derrubada do veto, que não deixava eles permanecerem na área do Parque do Guará tem cheiro de negócio. Então a luta é diária, é contínua e nós vamos estar fazendo de maneira serena, de maneira lúdica e indo às ruas, mas sempre com o intuito de estar implementando o Parque do Guará”, afirma Antônio.

O presidente da SAPEG, Adolpho Luiz Bezerra, explica a importância de defender o parque para que a fauna e a flora sejam preservadas. Ele enfatiza as possíveis consequências negativas da devastação e a perda de um espaço que serviria para importantes pesquisas.

“A preservação daquele espaço é muito interessante porque além de garantir espécies vegetais e a fauna, nós vamos garantir também os recursos hídricos. Caso ocorra, com a retirada, com a compactação daquelas nascentes e retirada daquela mata, nós vamos acarrear todo aquele sedimento para o lago. Então um dos problemas seria a consequência das águas, depois a perda da biodiversidade. E você devastando vai acabar com uma das poucas áreas ainda que restam para a gente poder estudar”, acrescenta.

A presidente da Junta de Prefeituras e Associações do Guará, Alcina Martins Viana, fala do objetivo de realizarem uma manifestação na cidade. “Vão ter muitas outras reuniões organizando carreata, passeata, fechamento de pista para mostrar, realmente, para mobilizar o governo para a gente realmente implantar, de fato, o Parque do Guará para a população poder usufruir”.

O movimento pretende entrar com uma representação no Ministério Público do DF e Territórios contra a derrubada do veto. A manifestação está prevista para agosto.

Reportagem: Giselli Vieira e colaboração de Ingrid Souza

Fotografia: Ingrid Souza



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